Conta-se a história de um jovem extremamente gago, que, necessitado de uma ocupação (e incapaz de ser professor), decidiu ser pescador.
Ao jovem marinheiro, restou a mais indigna das tarefas: Preparar uma montanha de peixes para o jantar.
Inexperiente e entediado, o gaguinho, em bom português, mandou brasa: Comeu a grande maioria dos peixes enquanto seus companheiros trabalhavam.
Após o banquete particular, sua mente voltou a funcionar e ele começou a temer as consequências.
- Onde estão os peixes, moleque?
Desesperado por uma solução, o gago acusou o primeiro animal que lhe veio à mente:
- Foi a fo-foca!
Surgia então a palavra que daria origem a um dos mais lucrativos Mercados do Século XXI.
***
OK OK, é brincadeira.
A palavra “fofoca” não surgiu por causa do gago e da foca.
Ela tem origem africana, deriva da expressão fuka, que significa “remexer, futucar”.
E é exatamente isso que ela faz.
A fofoca vai até onde gostaríamos de chegar mas não teríamos coragem de ir.
No Brasil, seu expoente atende pelo nome de Nelson Rubens.
(Uma fofoca: Dizem que seu salário nunca atrasa)
Aquele que aumenta, mas não… in-inventa.
Nelson e seu TV Fama foram, de certa forma, pioneiros da “glamourização” da fofoca.
E é justamente aqui (no terno do Nelson e no histórico do seu computador) que reside a questão:
Por que falar da vida alheia se tornou nosso papo predileto?
Odiamos a fofoca, mas somos viciados nela
.
Pior: Introduzimos a fofoca nas áreas mais íntimas de nossa vida.
Não que leiamos a Caras, mas bem que gostamos de saber das “peripécias” do pessoal da Veja.
Percebe esta dura realidade?
Somos fofoqueiros.
Ingloriosamente “futuqueiros”.
Vergonhosos “remexedores” daquilo que nos interessa.
Alguém um dia disse:
“Os mudos são os piores fofoqueiros, pois não dizem o que pensam.”
OK OK, te peguei.
E, por favor, não tente culpar a foca.
Se quer saber, ela nem orelhas tem.
Fomos nós quem devoramos os peixes da privacidade…
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