segunda-feira, 28 de outubro de 2019

alegrifos e rabujos

CURIOSIDADES
Eugenia Caduro, atriz que interpretava Mercedes, ficou grávida e teve uma gravidez de muito risco, por isso foi substituída por Cecilia Gabriela no meio da telenovela.
Luis Roberto Guzmán não convenceu como galã Bruno, e o par romântico de Angélica (Jacqueline Bracamontes) passou a ser Antônio (Miguel de León).
A telenovela foi um fiasco de audiência no México e em todos os países que foi exibida, menos no Brasil. Por aqui, Alegrifes e rabujos registrou média geral de 9,2 pontos de Ibope. Chegava muitas vezes a picos de 15 e não foi uma concorrente nada fraca para a telenovela A escrava Isaura da Rede Record, que também era um sucesso.
COMENTÁRIOS
A estreia foi das mais animadoras, uma audiência excelente e um recorde inédito, a venda de mais de 100 mil discos da novela só na primeira semana de exibição. Mas bastaram algumas semanas para que toda essa maluquice afundasse com o horário, devido à história sem pé nem cabeça.
“Alegrifes” e “rabujos” eram termos inventados para designar pessoas alegres e de bem com a vida, que fazem o bem, e pessoas ruins, amarguradas e vingativas, respectivamente. Mas diferente do que Rosy Ocampo imaginou, os termos não se popularizaram. Em pouco tempo, ela conseguiu ver o primeiro fracasso de sua carreira. Alegrifes e rabujos precisaria de sérias reformulações para continuar no ar, pois sua audiência estava inaceitável.
De olho nos grupos de discussão, Rosy percebeu que o público torcia o nariz para duas coisas. A primeira delas foi a saída do personagem Seu Aurélio, o personagem havia morrido, e depois desse acontecimento, as crianças perderam o interesse na novela. A solução foi radical, ressurgir com o personagem, alterando drasticamente o rumo de toda a história, ou seja, a novela era pra ter sido bem diferente.
O outro defeito apontado nos grupos foi Luis Roberto Guzmán, que tinha pela primeira vez uma oportunidade estelar em uma novela. As crianças não queriam Bruno, o personagem de Luis Roberto, como o heroi da novela. Pensaram em transformá-lo em um vilão, mas apenas o tiraram do centro da história. A saída foi recair esse heroi para Miguel de León, velho conhecido do público infantil, e que era o “heroi” perfeito para as crianças. Com isso, também os pares foram se modificando. A protagonista adulta, Angélica deixou de amar Bruno, e se apaixonou por Antonio. O resultado ficou constrangedor, pois Angélica e Antonio não tinham a menor química juntos, e o personagem Bruno ainda por cima virou cupido dos dois.
Dessa vez, as crianças foram escolhidas no concurso Código Fama (que também é produzido por Rosy Ocampo). Nesse programa, as crianças são avaliadas nos quesitos interpretação, dança e canto. E daí saiu todo o elenco. O ganhador foi Miguel Martinez, que viveu Alcachofra, o protagonista. María Chacón, a Chofis, também esteve entre os melhores colocados. Mas o elenco esteve horrível. As crianças não tinham carisma, interpretavam muito mal e nem de perto tiveram aquele brilho dos tradicionais protagonistas de Rosy Ocampo: Martin Ricca, Belinda ou Daniela Luján. Muitos apontam como motivo do fracasso da novela a ausência desses ídolos. Entretanto, Diego González e Allisson se destacaram dentro de Alegrifes e rabujos, ao ponto de serem chamados para protagonizar a seguinte novela de Rosy: Misión SOS.
Com isso, os melhores destaques acabaram vindo mesmo do elenco adulto. Hector Ortega, para começar, nunca teve um papel tão grande e tão popular. Jaqueline Bracamontes se saiu muito bem como Angélica. Esse era praticamente seu primeiro papel na televisão.
Anteriormente, ela só fez a personagem Leonela, nos flash backs da novela No limite da paixão. Por sua atuação, ela ganhou o prêmio TVyNovelas de melhor revelação feminina. Miguel de León, mais uma vez comprovou seu carisma junto ao público, vivendo Antonio. Apesar dos exageros, Rosa María Bianchi, que viveu a bruxa Helga, deixou sua marca na novela, compondo uma vilã de caricatura, extremamente malvada.
Mas ninguém se destacou mais que a dupla Matias e Elvira, vivida pelos engraçadíssimos Arath de la Torre e Roxana Castellanos. Um casal que vivia discutindo, e planejava ser rico, acabou roubando a cena. Desde o início estava claro que a participação deles seria grande (basta ver o crédito de Arath de la Torre na abertura da novela), mas chegou a um ponto que cansou um pouco, devido ao excesso de aparições. Salvo isso, os dois serão as melhores coisas dessa novela.
Em baixa, estiveram Eugenia Cauduro, Sebastián Rulli e Luz Elena González. Eugenia Cauduro estava se saindo muito bem vivendo a madrasta Consuelo. A intenção era que ela possivelmente viesse a se regenerar mais pra frente. Mas a atriz ficou grávida, e sua gravidez era de alto risco, o que a levou a abandonar a novela. Em seu lugar, entrou Cecília Gabriela, que teve uma participação bastante estranha. O personagem ficou um pouco sem rumo. Tanto que depois de um tempo, ela sai e retorna apenas para morrer. Quando Consuelo passa a ser vivida por Cecília, é notado o quanto a personagem fica mais malvada (talvez a intenção fosse repetir o sucesso da vilã Regina, que ela interpretou em Cúmplices de um resgate).
Sebastián Rulli e Luz Elena González eram os vilões juvenis, Rogério e Irene. Estavam tão apagados, que em meio a tantas mudanças, seus personagens acabaram sobrando. Eles simplesmente saíram da novela sem maiores explicações. Raramente foram citados após a conclusão da participação de seus personagens.
A ideia era muito chamativa, todas as crianças gostam de histórias de terror, talvez por isso Alegrifes e rabujos chamou tanto a atenção no início. Mas os efeitos especiais de gosto duvidoso, em um excesso de colorido, deixou tudo aquilo parecendo mais um circo que uma história de terror. Daí o final melancólico que teve.
A superioridade de Alegrifes e rabujos em relação a Cúmplices de um resgate esteve no fato de que a história sempre foi o fio condutor da novela. Não ficaram se apoiando apenas na música. Embora, no final, para variar, Rosy Ocampo terminou a novela com o tradicional show no Estádio Azteca. De tão tradicional, já não tem graça nenhuma. Até as situações são as mesmas, eles cantam um pouco e os protagonistas infantis viram namorados (cena essa que foi cortada pelo SBT aqui).
Por falar em música, vale comentar o tema de abertura da novela, que no México, quase levou um processo, já que era considerado um plágio da música Ragatanga (gravada pelo grupo Rouge). Realmente a música estava muito parecida, desde o ritmo até a letra. No Brasil, a música de abertura foi adaptada, assim como todas as músicas da trilha da novela.
Curiosamente, no México e na América Latina em geral, a novela teve audiências vergonhosas. No Brasil, a novela não fez o mesmo sucesso de Amy, a menina da mochila azul, mas também deu audiência. E além disso, não foi uma concorrente nada fraca para a Record, que apostou suas fichas em A escrava Isaura. Tanto é, que na maioria das vezes, Alegrifes e rabujos ganhou em audiência.
Assim como no México, vários produtos foram lançados com sucesso no mercado. Esses produtos foram o que garantiu a exibição da novela no Brasil, tendo em vista que anteriormente, ela até já havia sido vetada. Foi uma bela de uma surpresa para o SBT.

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