Marimar foi um verdadeiro sucesso, sendo a novela favorita entre muitos fãs de Thalía.
A trama vinha dando seguimento a
trilogia das Marias, desta vez a cargo de Verónica Pimstein. Esta
novela, no México, teve o desempenho mais fraco das “Marias” e tampouco
foi a novela de maior audiência em 1994, porém, nos EUA, é a novela mais
assistida até hoje. Nas Filipinas, Marimar parou uma guerra, só para
ter uma ideia da dimensão do sucesso alcançado.
Verónica Pimstein é filha do grande
produtor Valentín Pimstein, que na época era o grande chefe das novelas.
Em razão da promoção dada a Marimar, a estreia da novela Prisioneira do
amor foi adiada várias vezes, afinal Valentín queria que sua filha
tivesse o maior destaque na programação. O que eles não contavam é que
no momento, a novela Volver a empezar, que nem tinha o horário estelar,
era a líder de audiência da emissora.
Desta vez, a história tinha como cenário
uma praia no litoral mexicano. Lá, Thalía surgia novamente, para
encantar de vez o público como Marimar, a jovem caiçara enganada e
disposta a se vingar daqueles que lhe fizeram sofrer.
Ainda que a princípio, a personagem
parecia ser uma reedição de Maria Mercedes, Marimar sofreu uma profunda
transformação após tantas humilhações. Em um curto espaço de tempo, ela
foi para a cidade, encontrou-se com seu verdadeiro pai, e descobriu seu
verdadeiro nome: Bella Aldama. Só que cega de ódio, virou uma pessoa
fria e sem compaixão, transformando-se quase em uma vilã. Foi uma faceta
marcante para Thalía, que diferenciava-se dessa vez.
Marimar foi dentre a trilogia, a novela
com elenco mais fraco, com poucos destaques no elenco. Ainda assim cabe
mencionar alguns dos destaques. Chantal Andere surgia má e perversa como
Angélica Santibañez, a madrasta de Sérgio e apaixonada por ele.
Infelizmente, depois de algum tempo, suas maldades enfraqueceram, em
compensação, veio a virada, de vilã, Angélica passou a vítima. Uma cena
mais que antológica: Angélica pega promissórias na lama com a boca,
obrigada por Bella Aldama, na frente de todos. Humilhação semelhante a
que fez Marimar passar no passado. Essa cena marcou profundamente a
novela.
Outra cena que marcou muito foi a
humilhação passada por Marimar nos primeiros capítulos. Iludida por
Angélica que iria arrasar usando um extravagante vestido, Marimar é
motivo de deboche para todos os convidados em uma festa na fazenda
Santibañez. E ao ver uma das convidadas seduzindo Sérgio, Marimar dá uma
surra memorável na aproveitadora.
E não é possível esquecer o cachorro
Pulguento, que pensava e dava opiniões sobre tudo na vida de Marimar.
Ele foi o inspirador de vários animais “pensantes” que teriam em
novelas. A participação do cão que pensava como humano foi o grande
chamariz para as duras críticas que a novela recebeu. Embora o grande
público tenha gostado de Pulguento, a imprensa ridicularizou a novela
por isso. Carlos Olmos, autor de Ambição, inclusive chegou a dizer que
em suas novelas jamais colocaria um animal que pensasse. Houve um tempo
que Pulguento era mais comentado que a própria Marimar, tamanha
repercussão que um assunto tão inocente tomou. Mas ele superou as
críticas, tanto que mais tarde várias novelas usaram o mesmo artifício.
Mas, Marimar teve alguns tropeços que
apesar de não comprometer o andamento da história, não passaram
desapercebidos. A começar pela total centralização da história em
Marimar, principalmente nos primeiros capítulos. Não havia outro
assunto. Com o tempo, foi modificando isso e consertando essas falhas e
diversificando mais a história, ainda que não o tanto que deveria. Outra
falha foi aquela velha história de alguém aparecer na frente dos
personagens e ninguém reconhecer. Foi o caso de Sérgio, que não percebeu
de cara que Bela era Marimar. Tudo bem que Marimar havia sofrido uma
séria mudança tanto em sua aparência como em seu comportamento, mas aí
ao ponto dele não reconhecê-la foi demais.
Eduardo Capetillo declarou-se
abertamente arrependido de haver trabalhado em Marimar. Para ele, o
personagem Sérgio não acrescentou em nada à sua carreira e só deu
motivos para que o público não gostasse dele. O que ele esqueceu de
dizer é que sua atuação também não ajudou muito. Enquanto isso, Thalía
até hoje diz que seu personagem favorito nas novelas foi Marimar.
Na época, surgiram dois boatos de
romances entre dois estúdios de novelas na Televisa, enquanto Eduardo
Capetillo curtia seu romance com Bibi Gaytán, Thalía supostamente seria
mais que amiga de Rodrigo Vidal, ambos da novala Dos mujeres, un camino.
Outro episódio triste é o da morte de
Ada Carrasco, que morreu dez dias depois de encerrar sua participação em
Marimar, onde fez a avó da menina.
Beatriz Sheridan, que era a diretora de
cenas da novela, mais tarde criticou o comportamento de Eduardo
Capetillo e Thalía dizendo que sofriam de estrelismo e que não davam
valor ao trabalho dos outros profissionais.
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