A história de "Carrossel" é na verdade uma das muitas versões
televisivas baseada nos personagens e nas histórias escritas pelo
escritor e dramaturgo Abel Santa Cruz, e que na época também foram
compiladas em um livro chamado "Cuentos de Jacinta Pichimahuida" (a
primeira edição publicada entre os anos de 1966 e 1967, e a segunda em
1968). Na trama original de 1966 o autor conta histórias de uma turma de
alunos do primário, e sua professora "Jacinta" (que no Brasil é
conhecida como "Helena"). Algumas passagens da trama foram inspiradas na
própria infância do autor, e suas vivências escolares com vários de
seus companheiros em uma escola primaria em Caballito.
Na
Argentina, no final dos anos 60, as histórias de Abel Santa Cruz foram
contadas além da novela, em livros, rádio, e depois em dois filmes (em
74 e 77), e um seriado de TV em 1983. Na época foram publicadas também
revistas de fotonovelas e quadrinhos.
A versão em forma de novela de
1966, se chamava "Jacinta Pichimahuida, la maestra que no se olvida" (em
português significa: "Jacinta Pichimahuida, a professora que não se
esquece") e trazia a atriz Evangelina Salazar, no papel da professora
Jacinta (que na versão de 1989 se chamou "Jimena" ou "Ximena", e na
dublagem brasileira virou "Professora Helena", enquanto na versão feita
entre 2002 e 2003 se tornou "Professora Lupita"). A versão exibida em 66
foi um marco na Argentina e em outros países hispânicos, se tornando
símbolo da infância de muitos. Foi uma das pioneiras em tratar questões
sociais como o preconceito entre os alunos "Cirilo Tamyo" e
"Etelvina"(que se tornaram "Cirilo" e "Maria Joaquina" na versão de
1989, "Ana Lucrécia" e "Martim" na versão de 1992 e "Angelo" e
"Simoninha" na de 2002).
Em 1974, foi produzido um filme
argentino com o mesmo título "Jacinta Pichimahuida, la maestra que no se
olvida", porém agora em cores e com outros atores. Outro filme também
foi produzido em 1977, chamado "Jacinta Pichimahuida se Enamora"" (que
traduzido ficaria: "Jacinta Pichimahuida se Apaixona"). O sucesso dos
filmes fez com que, em 1983 a emissora ATC realizasse mais uma versão
para a televisão, mas dessa vez não como uma novela, mas sim como um
seriado, chamado "Señorita Maestra", chegando a ir ao ar por mais de
dois anos. Entre o ano de 1975 e 1976, existiu também uma história em
quadrinho na Argentina, que foi incluída em uma revista de fotonovelas.
Os quadrinhos porém, eram muito mais fantasiosos, e tinham pouco a ver
com a telenovela, que era mais realista na hora de tratar os problemas
habituais na escola.
A repercussão da novela e da série na América
Latina foi tamanha que foi feita uma versão no México, pois chamou a
atenção da rede mexicana Televisa, que comprou os direitos da trama e
produziu, uma novela chamada "Carrusel" ("Carrossel" no Brasil), a que
foi exibida pelo SBT em 1991, e que se tornou a versão mais conhecida
pelo público brasileiro.
Em 1992, a Televisa fez uma quarta versão da
novela, chamada de "Carrusel de las Américas" ("Carrossel das
Américas"), tendo novamente como protagonista a atriz Gabriela Rivero.
Essa versão foi produzida em celebração aos 500 anos de descobrimento da
América e foi transmitida por toda a América Latina via satélite.
Apresentada como uma "continuação" da anterior, acabou se tornando um
remake desta. Exibida pelo SBT em 1996, ela não obteve o mesmo sucesso
no Brasil que a anterior.
A quinta versão para TV, também produzida
no México pela Televisa, foi feita em 2002, chamada "iVivan los niños!"
("Viva às Crianças! - Carrossel 2") e foi exibida no Brasil em 2003,
também pelo SBT, contudo, assim como "Carrossel das Américas", essa
versão não conseguiu alcançar o estrondoso sucesso que "Carrossel" de 89
obteve no Brasil.
Em 21 de maio 2012, o canal SBT estreou uma nova
versão inspirada diretamente na versão mexicana de 1989, com atores
brasileiros, com Rosanne Mulholland, interpretando a professora Helena e
Maísa Silva no papel da personagem Valéria.
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