Amy, a menina da mochila azul já pode ser considerada como uma das
melhores novelas infantis que o SBT já exibiu. Conseguiu unir uma
produção caprichada, um elenco afinado e o principal: uma história muito
bem estruturada que uniu drama, aventura, comédia, em doses ideais.
O grande charme da história com certeza foram os vilões, cada um com sua
função, todos muito bem delineados. A começar por Alejandra Meyer, que
fez o tradicional papel de uma diretora de orfanato bem malvada,
Alejandra Procuna, que viveu Minerva, também esteve muito bem. Do outro
lado da história, a parceria de dois malvados: Cláudio, interpretado por
Alejandro Tommasi e Leonora, a exuberante Lorena Herrera, também
renderam ótimos momentos. Lorena Herrera, aliás, quase não esteve na
novela. Já que os produtores, que também fazem um programa com
pegadinhas, prepararam semanas antes de começar as gravações, uma
brincadeira que ela considerou de muito mau gosto.
As crianças também se saíram muito bem. Claro, em especial Danna Paola,
perfeita com sua Amy, sem ser uma criança irritante, ela era uma menina
comum, e brilhou do início ao fim. E pensar que Daniela Aedo era a
primeira opção. Carlos Speitzer, o Gato, também esteve muito bem com sua
relação com Otávio, e muitas vezes centralizou a história.
Só quem parecia estar desmotivada com o papel era Nora Salinas. A
impressão que dava é que ela fazia questão de mostrar em cena sua
insatisfação com um papel tão fraco e sem graça. Frio como sempre,
Eduardo Capetillo completa um dos casais mais sem química das novelas.
Cabe destacar a participação da apresentadora infantil e cantora
Tatiana, que viveu Coral, a sereia que na verdade, era a mãe de Amy.
Tatiana saiu-se bem, ainda que tenha sofrido um sério acidente durante
as gravações. Devido as muitas horas em que ficava em baixo da água, ela
teve uma paralisia facial, e ficou algumas semanas afastada da novela
até seu rosto voltar ao normal.
Outro contratempo durante a novela, foi a saída da atriz Sharis Cid, que
fazia Angélica, a mãe de Raul. A atriz se retirou porque foi convidada a
participar do reality show Big Brother VIP. Em seu lugar, entrou
Yolanda Ventura. Edith González participaria da novela, como um anjo,
mas a atriz optou por protagonizar a novela adulta Mujer de madera e seu
personagem foi riscado da trama.
Devido ao grande sucesso de Amy, a menina da mochila azul, Rubén e
Santiago Galindo planejavam dar uma boa esticada na novela, já que a
trama era responsável por levantar a audiência da novela anterior, o
fracasso Alegrifes e rabujos. Mas Rosy Ocampo não permitiu (ela é
diretora da área infantil da Televisa) para poder estrear logo sua
novela: Misión SOS, que por sinal não conseguiu manter os índices de
Amy. Nos últimos capítulos, Amy chegou a ser primeiro lugar de audiência
no México, superando até mesmo as novelas da barra noturna do Canal de
las Estrellas.
Aqui no Brasil, a novela também fez muito sucesso, tanto que até a
Revista Veja deu destaque a história de Amy e seus amigos em suas
páginas. O autor da novela Da cor do pecado, com quem Amy competia,
chegou a comentar que estava impressionado com o desempenho da
concorrência, e vários especialistas elogiaram a temática da novela.
Amy, a menina da mochila azul também agradou como uma boneca, que vendeu
bastante por sinal.
Apesar de tudo, um assunto pouco explorado na novela foi a proximidade
entre Otávio e Amy, que era a filha que procurava. Os dois quase não
tiveram muita relação durante a história. Mas, outro grande mérito desta
trama foi ter sido uma novela que começou boa, mas ficou imperdível
mesmo ao longo do tempo, e os últimos capítulos estiveram cheios de
emoções. Souberam dosar fantasia e realidade, diferente de Viva às
crianças, por exemplo.
Amy, a menina da mochila azul foi uma novela que não ofendeu o público
com situações bobas ou absurdas, e ao mesmo tempo, não tomou o caminho
muito depressivo das novelas infantis que envolvem meninas órfãs. Essa
história conseguiu provar que ainda podem ser feitas boas novelas
infantis.
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