Tudo começou com uma ideia da atriz Daniela Luján, de se fazer uma novela infantil que falasse de um tema muito comum nas novelas adultas, mas praticamente inexplorada no universo das novelas infantis: as gêmeas. Rosy Ocampo se interessou pela ideia e a desenvolveu, assim nasceu a novela, que a princípio se chamaria Rescate T3.
Logo de cara, uma polêmica, Daniela Luján, a pioneira da ideia, estaria
fora do projeto, e as gêmeas seriam Belinda, com quem Rosy Ocampo já
havia trabalhado nos sucessos Amigos para sempre e Aventuras en el
tiempo.
A novela estreou e causou verdadeira sensação, além dos atores já
consagrados, foi o lançamento do menino Fabián, na pele de Joaquim.
Belinda a princípio enfrentou críticas por sua atuação como a gêmea má,
Silvana, mas com o tempo, afinou sua atuação e melhorou muito. A crítica
mexicana elogiou a novela. E mesmo aqui no Brasil, a trama começou com
altos índices.
Com o tempo, a história foi se perdendo, o sequestro de Mariana não
tinha fim e as situações iam se esvaziando. A aventura prometida no
início estava ficando monótona a cada capítulo. E mesmo o casal vivido
por Laura e Gattorno não foi de todo o agrado, apesar das boas atuações
dos dois.
Um grande destaque foi Cecília Gabriela, que interpretou uma terrível
vilã, ela brilhou como a víbora Regina, a "cenoura vingadora". Apesar de
histérica demais, ela deu um show a parte e ofuscou os atores mais
velhos. Outro destaque foi o casal Marina e Ofélio, vividos por Maribel
Fernández e o comediante Carlos Benavides.
A Televisa estava bastante satisfeita com os índices de audiência da
novela, e além disso, não queria estrear a substituta, Viva as crianças,
na época da Copa. Surgiu então a ideia de esticar a novela. Em meio a
isso, Belinda e seus pais brigaram com Rosy Ocampo por motivos de
dinheiro e de carga horária de trabalho. O barraco foi enorme, e Belinda
abandonou a novela.
Eis que então, Rosy Ocampo chama Daniela Luján para substituir Belinda
como Mariana e Silvana. O público, é óbvio, percebeu a brusca mudança.
Inúmeras comparações entre as duas foram feitas, e até agora, não se
sabe quem se saiu melhor como as gêmeas.
Para esticar a novela, ao invés de colocar alguns elementos novos, ela
fez uma verdadeira bagunça na novela. Laura Flores e muitos outros
atores saíram da novela, com as desculpas mais esfarrapadas possíveis.
Rosa e Alberto, por exemplo, partiram para uma interminável lua-de-mel,
claro, isso depois de se esclarecer a origem das meninas. A verdade é
que a única boa ideia para a nova etapa foi Tânia Belmont, a personagem
criada por Regina, fazendo-se passar por morta, para se vingar dos
cúmplices. Foi aí que Cecília Gabriela virou de fato a verdadeira
protagonista da novela.
Enquanto saíram vários atores adultos, entraram várias crianças, com
certeza o maior destaque foi a presença de Martín Ricca, como ele mesmo,
o que fez com que Fabián, a princípio lançado como uma revelação, se
tornasse um mero coadjuvante. E foi nessa parte que a novela virou muita
música e pouca história. Atores talentosos tinham papéis inexpressivos,
como o caso de Olívia Bucio, que virou apenas a mãe de Martinho.
A novela virou apenas uma divulgação de CD’s, fazendo de Cúmplices de um
resgate a novela com mais discos já lançados. Rosy Ocampo acabou
fazendo de Cúmplices o mesmo de sempre: em meio a uma boa história,
colocar sempre uma banda infantil, pura falta de criatividade, puro
interesse comercial.
Foram lançados nada menos que 4 CDs da novela Cúmplices de um resgate
pela Fonovisa (Gravadora da Televisa). Os CDs traziam os principais
temas da novela cantado pelo elenco.
Cúmplices foi uma boa novela, e que teve êxito, mas sua história foi um
verdadeiro desastre, tanto dentro como fora da tela. Rosy Ocampo pecou, e
muito, naquela que poderia ter sido uma das melhores.
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