Amelia Gonzalez do jornal O Globo foi negativa em torno das fortes cenas de massacre contra os escravos na trama, chegando a comparar com programas policiais vespertino: "A cena da morte da escrava Juliana — em interpretação razoável da atriz Valquíria Ribeiro — no tronco, sangrando por todos os lados, era dispensável, sobretudo levando-se em conta o horário." Gonzales também tocou no ponto dos figurinos da trama, mas elogiou algumas cenas que mostravam como foi a escravidão naquele tempo: "O incêndio no quilombo, os escravos trabalhando na plantação de café ou empurrando carrinhos de obras na praça da cidade remeteram, aí sim belamente, a uma época da qual os humanos não têm muito que se orgulhar."64 Cristina Padiglione do O Estado de S. Paulo, comentou em paródia a música "Retirante", que fazer novela fora da Rede Globo "é difícil como o quê”, que o texto dos autores Tiago Santiago e Anamaria Nunes é "redondinho, [...] com diálogos plausíveis", elogiou as atuações dos protagonistas, mas fez a comparação: "conseguiria Bianca Rinaldi superar a performance de Lucélia Santos? Difícil de crer".5 Santos comentou que não assistiu a trama para evitar problemas psicológicos: "Fiquei chocada quando vi que era uma clonagem. Vi o primeiro outdoor e tomei um susto, pensava que era eu ali. A roupa, a peruca, o crucifixo, tudo igual à primeira versão".65 Bia Abramo, da Folha de S. Paulo, achou que a concorrente de horário Começar de Novo, da Rede Globo, era fraca em relação a A Escrava Isaura: "É uma novela anódina, sem brilho especial, que talvez seja parcialmente engolida à medida que o remake do folhetim engrene". Além disso, Abramo tocou no tema racismo, que é frequentemente o assunto da trama: "A violência mal disfarçada das relações raciais no Brasil é tema urgente, complicado e que merece todos os esforços de esclarecimento".66 Em outra crítica, para o mesmo jornal, Abramo abordou novamente o racismo, afirmando que a escravidão na novela em 1976 servia como metáfora a ditadura militar e a versão da Rede Record como uma difusão de "injustiças e arbitrariedades", mas nunca a questões raciais do país, por referir a escrava como uma "moça boa e branca, mantendo todos os preconceitos de pé". Ela criticou, ainda, o livro A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães, chamando-o de "livreco de segunda categoria" por ser "cheio de passagens abruptas, mal-explicadas e de personagens bidimensionais", o que obrigam as adaptações mudarem o texto drasticamente.4
sábado, 25 de outubro de 2014
Críticas da novela "Escrava Isaura" de 2004
Amelia Gonzalez do jornal O Globo foi negativa em torno das fortes cenas de massacre contra os escravos na trama, chegando a comparar com programas policiais vespertino: "A cena da morte da escrava Juliana — em interpretação razoável da atriz Valquíria Ribeiro — no tronco, sangrando por todos os lados, era dispensável, sobretudo levando-se em conta o horário." Gonzales também tocou no ponto dos figurinos da trama, mas elogiou algumas cenas que mostravam como foi a escravidão naquele tempo: "O incêndio no quilombo, os escravos trabalhando na plantação de café ou empurrando carrinhos de obras na praça da cidade remeteram, aí sim belamente, a uma época da qual os humanos não têm muito que se orgulhar."64 Cristina Padiglione do O Estado de S. Paulo, comentou em paródia a música "Retirante", que fazer novela fora da Rede Globo "é difícil como o quê”, que o texto dos autores Tiago Santiago e Anamaria Nunes é "redondinho, [...] com diálogos plausíveis", elogiou as atuações dos protagonistas, mas fez a comparação: "conseguiria Bianca Rinaldi superar a performance de Lucélia Santos? Difícil de crer".5 Santos comentou que não assistiu a trama para evitar problemas psicológicos: "Fiquei chocada quando vi que era uma clonagem. Vi o primeiro outdoor e tomei um susto, pensava que era eu ali. A roupa, a peruca, o crucifixo, tudo igual à primeira versão".65 Bia Abramo, da Folha de S. Paulo, achou que a concorrente de horário Começar de Novo, da Rede Globo, era fraca em relação a A Escrava Isaura: "É uma novela anódina, sem brilho especial, que talvez seja parcialmente engolida à medida que o remake do folhetim engrene". Além disso, Abramo tocou no tema racismo, que é frequentemente o assunto da trama: "A violência mal disfarçada das relações raciais no Brasil é tema urgente, complicado e que merece todos os esforços de esclarecimento".66 Em outra crítica, para o mesmo jornal, Abramo abordou novamente o racismo, afirmando que a escravidão na novela em 1976 servia como metáfora a ditadura militar e a versão da Rede Record como uma difusão de "injustiças e arbitrariedades", mas nunca a questões raciais do país, por referir a escrava como uma "moça boa e branca, mantendo todos os preconceitos de pé". Ela criticou, ainda, o livro A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães, chamando-o de "livreco de segunda categoria" por ser "cheio de passagens abruptas, mal-explicadas e de personagens bidimensionais", o que obrigam as adaptações mudarem o texto drasticamente.4
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário