CURIOSIDADES
Devido ao seu grande sucesso, a telenovela ganhou reprise em 2003, na
faixa das 17h30. A reprise teve uma boa audiência, mas não teve a
repercussão de sua primeira exibição.
Esta foi a última telenovela em que a atriz Libertad Lamarque, que havia
interpretado a Vovó Piedade em A usurpadora, trabalhou. Faleceu
enquanto a trama estava sendo gravada. Sua personagem, a Madre
Superiora, foi embora em "retiro espiritual".
A média geral de Carinha de Anjo no Brasil foi de 16,8 pontos da
audiência. No México, marcou 21,4, um sucesso para o horário (16 horas)
que pedia 18.
Essa novela mexicana foi daquelas poucas que não se limitaram a ser um
sucesso, mas também, apavorou a concorrência. Mesmo contando com um
elenco espetacular em uma super produção, a novela global As filhas da
mãe não foram capazes de competir com larga diferença de uma garotinha
sapeca, não deu outra: Carinha de anjo foi mais um fenômeno mexicano no
SBT.
A trama foi enorme, quase 200 capítulos cheios de emoção e
principalmente humor, que talvez tenha sido o grande acerto da novela,
afinal, era impossível não rir com as trapalhadas dos personagens. Para
isso, um elenco sob medida foi escalado, repleto de destaques.
A começar por Daniela Aedo como a alegre Dulce Maria, o carisma de
Daniela cativou o público de imediato, e daí foi a um passo para ela
virar uma grande estrela das novelas. Para ajudar a marcar mais ainda o
telespectador, Dulce Maria usou e abusou de frases e dizeres que
marcaram: “simpirilim”, “mulheres femininas”, “uma dor na alma”,
“tontolinas”, “uma insônia de tirar o sono”, entre outros…
Miguel de León vinha como Luciano, o “papito” de Dulce Maria. Está certo
que ele atuou com certo exagero, tornando o personagem uma caricatura
de um pai neurótico. Mas com o tempo, ele foi acertando o tom, e fazendo
de Luciano outro personagem hilariante.
Lisette Morellos esteve fraquíssima como Irmã Cecília, a personagem foi
tão apagada que passou despercebida, ainda mais com o desempenho muito a
desejar de Lisette. Apesar disso, ela teve seus bons momentos, como a
timidez da personagem até na lua-de-mel, quando o marido pergunta:
“Cecília, você não gosta de ficar sozinha comigo?”, ela responde, “Por
favor Luciano, o senhor diz cada coisa…”.
Acontece que depois do casamento, a personagem praticamente sumiu.
Mas também pudera, Lisette foi completamente apagada por Nora Salinas.
Tia Peruca foi um personagem único. A excentricidade e a alegria de
Estefânia foram contagiantes. Nora Salinas roubava cenas, sucesso esse
não alcançado desde Esmeralda. Foi o trampolim para Nora viver sua
primeira protagonista, em Maria Belém.
Adriana Acosta também esteve impagável como Irmã Fabiana. Sempre
fofocando e se metendo onde não devia, ela foi de tirar gargalhadas do
público. Ainda na escola, destacam-se as maldades que as coleguinhas de
Dulce sempre faziam com ela, sempre repetitivas, mas que Dulce Maria
sempre caía.
Marisol Santacruz com sua presença sobrenatural também marcou como
Angélica, a mãe fantasma de Dulce Maria que vinha para dar conselhos à
filha mesmo depois de morta. Ana Patrícia Rojo foi Nicole, a primeira
vilã da história. Malvada, interesseira, enfim, mais uma boa atuação da
atriz.
Mais para frente, surgia Cassandra, filha de Noel, uma garota
completamente atormentada. Foi um ótimo momento para Mariana Ávila, que
fez atrocidades, mesmo sendo uma adolescente. Acabou indo se tratar no
final, com direito a uma participação especial de Arturo Peniche como o
médico.
Uma perda irreparável aconteceu durante a novela: Libertad Lamarque como
Madre Superiora, morreu durante as gravações. Ela sempre esteve muito
bem, dando o melhor de si, e continuou assim até os seus últimos dias,
mesmo que a essa altura, a personagem já nem aparecia em pé.
Infelizmente, perdemos Libertad. Uma homenagem foi feita à atriz na
novela. E marcou também a entrada de uma nova Madre, agora vivida por
Silvia Piñal.
Além disso, vários outros personagens chamaram a atenção: como a
cachorra Fadinha, mais uma que pensava, ou também, o atrapalhado mordomo
Silvestre, ou o ingênuo jardineiro da escola, Padre Gabriel, tio de
Dulce, entre outros.
Foram inúmeras as histórias paralelas que surgiram ao longo de cada
semana, para isso, participações estelares de peso: José Maria Torre e
Ingrid Martz vivendo um amor adolescente proibido pelos pais da moça;
Juan Carlos Serrán e Mariagna Pratts; Eugenio Derbez como um picareta
que tentava enganar Pascoal; Marieth Rodriguez e Gabriel Soto viveram a
história da Cinderela, cujas bruxas eram a sogra Raquel Morell e a noiva
Vanessa Guzmán; Andrea Lagunes, encantadora, tentando comprar um pai;
Oscar Traven e Gabriela Platas, que chantageavam Tia Peruca; Érika
Buenfil num hilariante jantar na casa dos Larios, dando em cima do ex;
Renata Flores como a temível inspetora Pantaleoa Malacara; Rafael Rojas
como um sequestrador de Dulce Maria; Ariel Lopez Padilla como um
malévolo bandido, irmão da Madre Superiora; e Joaquín Cordero como o avô
amargurado de Dulce.
Foram muitas as histórias marcantes, as personagens inesquecíveis, mas
Carinha de anjo pecou um pouco por ser tão grande, e mesmo assim, não
tinha um final para aquela história, às vezes dava a impressão que nunca
ia acabar.
O sucesso da novela fez com que o SBT trouxesse Daniela Aedo ao Brasil,
onde ela participou de muitos programas. Ela veio acompanhada de Adriana
Acosta, que infelizmente, pouco apareceu nos programas junto de Daniela
Aedo. Isso serviu também para que o SBT lançasse CD e boneca da novela.
Enfim, foi um sucesso arrasador, cujo índices foram impressionantes,
nada mal para uma novela mexicana no SBT, ofuscando Globo inclusive.
Nenhum comentário:
Postar um comentário