Maria Belém tinha uma difícil missão, substituir o fenômeno Carinha de
Anjo. E não fez feio, pois ainda que tenha caído a audiência em relação a
trama anterior, Maria Belém alcançou ótimos índices.
A história já era mais que conhecida: órfã não sabe de seu verdadeiro
pai. Não por isso foi uma novela ruim, pelo contrário, apesar de alguns
tropeços, Mapat usou uma boa história e com um elenco razoável
garantiram uma boa novela.
Para começar, Danna Paola como Maria Belém, a triste garotinha que veio
para trazer alegria a todos brilhou. Sua interpretação foi espetacular
para uma menina tão pequena. Danna deverá ter um ótimo futuro na
Televisa se continuar, pois talento tem de sobra.
No elenco adulto, Nora Salinas decepcionou um pouco, não pela atuação,
mas pela personagem. É verdade que há tempos ela vinha demonstrando
merecer uma protagonista, mas Ana del Río foi algo bem inferior aos seus
trabalhos anteriores (mesmo como coadjuvante) e como protagonista.
Junto a ela, René Laván, que mesmo com uma atuação sofrível, teve mais
destaque que ela. O casal também não foi dos mais empolgantes, já que
eles até já eram namorados e logo se casaram, e essa relação foi poucas
vezes abalada. Por um lado isso é bom, mas a verdade é que pouca coisa
aconteceu com Ana e Pablo, e com ela, menos ainda, já que ele ainda
estava em busca de sua filha.
Marcela Paez fez muito bem o papel da tímida e recatada Cláudia, a irmã
de Ana assediada por Tio Rogério. Foi uma excelente subtrama, e rendeu
ótimos momentos aos dois atores. Com um leve toque cômico, Dacia Arcaraz
era Malena, a atrapalhada amante e cúmplice de Rogério. Harry Gaithner
esteve inspirado como o vilão da história, e aproveitou bem a chance de
finalmente ter um papel maior.
Outra boa subtrama era a que envolveu a família de Bruno, o melhor amigo
de Belém. Alejandra Barros e Luis Xavier viveram um conflito não tão
abordado nas novelas infantis: o peso da fama e do trabalho destruindo
um casamento. Na escola, as meninas invejosas foram más demais para a
pobre, maldade essa também cometida por Lucrécia, a inspetora da escola,
brilhantemente interpretada.
Mas o maior destaque, sem sombra de dúvidas, foram as vilanias de Úrsula
Arana, uma vilã como há tempos não se via assustando as criancinhas.
Seja com o cemitério de carteiras ou os fantasmas da escola, ela brilhou
absoluto do primeiro ao último capítulo, quando era punida com a
prisão, também pudera, sua maldade passou dos limites ao amarrar Maria
Belém e deixa-la em uma tempestade.
Mas também houveram coisas ruins na novela. A começar pelo personagem de
Xavier Márc, o tal Serrano, um mafioso que Pablo, como repórter,
perseguia. Foi algo absolutamente desnecessário na novela, e gerou uma
certa dose de violência que não cabia para o público alvo da novela.
Outro erro grave foi ter deixado de lado justamente o lado infantil da
história, dando espaço a uma história forte de maltratos infantis e
mafiosos. Talvez tenha sido esse o maior erro da história, pois tirando
as travessuras de Maria Belém e Bruno, pouco havia de infantil na
novela. Até porque algumas das maldades cometidas contra a heroína eram
pesadas demais, se considerar que se tratava de uma criança numa novela
para crianças.
Apesar disso, o último capítulo foi muito bonito, mostrando a felicidade
pela mais esperada revelação: Pablo era o pai de Maria Belém. O
encontro dos dois, depois de saber da notícia, foi realmente
emocionante. Cabe salientar também uma aparição dos Rabanitos Verdes,
grupo que interpretada o belo tema de abertura junto a Danna Paola.
Outro ponto positivo vai para a abertura da novela, excelente.
Com tudo isso, Maria Belém foi uma novela de erros e acertos, mas que
perdeu a oportunidade de ser mais alegre e comovedora para mostrar o
lado triste sombrio da infância, mas que não deixou de ser encantadora.
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