O clássico de Yolanda Vargas Dulché encontrou uma moderna adaptação para
que se convertesse em um dos grandes sucessos da Televisa: Rubí foi um hit.
Um grande sucesso, a versão de 2004 conseguiu a proeza de atualizar com
perfeição a história para os dias de hoje. Uma deliciosa novela com a
dose exata de folhetim, intrigas, reviravoltas, e até sensualidade,
mesmo sendo exibida às 20h. Como a história original era bem curta, a
adaptadora Ximena Suárez, sob a produção caprichada de José Alberto
Castro, tratou de criar inúmeras tramas paralelas para que aumentasse o
número de capítulos da novela. Como a vida dupla de Genaro (José Elias
Moreno), tio de Hector, casado com Elisa (Ana Bertha Espín), que sofria
por não ter podido ter filhos, e ao mesmo tempo, levando anos tendo
Lilia (Arlete Pacheco) como outra esposa, e outros filhos com ela. Ou
ainda o triângulo amoroso vivido por Cristina (Paty Díaz), a irmã
batalhadora de Rubí, dividida entre o simples chofer Cayetano (Luis
Gatica) e o médico Marco (Jan). Também houve uma abordagem sobre o Mal
de Alzheimer, por meio de Carla (Olivia Bucio), a mãe de Alejandro que
padecia da doença. Correndo por fora, havia uma trama sobre os
bastidores de uma pesquisa científica, que tornava Alejandro inimigo de
seu superior, Dr. Bermudez (Carlos Cámara), médico corrupto.s primeiros capítulos não tiveram a audiência esperava, e a principal
razão era a lentidão dos acontecimentos. Mesmo pautada por diálogos e
situações interessantes que demonstravam bem as raízes da ambição da
protagonista, Rubí custou a engrenar. Afinal, todos já sabiam
que Rubí tiraria Hector de Maribel, e inúmeros capítulos giravam em
torno da insinuação disso. A audiência só reagiu quando Rubí finalmente
roubou Hector da amiga em um capítulo antológico. Foi por volta do
capítulo 30, que, abandonada no altar, Maribel flagra Rubí com Hector
rumo ao aeroporto. Ciente de que a noiva abandonada estava assistindo,
Rubí beija sua nova conquista, deixando Maribel arrasada. A partir daí, a
audiência entrou numa incrível curva ascendente, se tornando o grande
sucesso de 2004.
A verdade é que Rubí também reascendeu a carreira de José
Alberto Castro, que vinha de sucessivos problemas. Em 1999, enfrentou um
processo por plágio na infantil Serafín. Em 2001, fracassou no horário nobre com Sin Pecado Concebido. Rubí foi
uma grande sacada, e a parceria com Ximena Suárez passou a ser bastante
sólida no decorrer dos anos, mesmo entre novelas que não foram tão bem
assim. O sucesso de Rubí foi tão grande que o público passou a praticamente exigir que o produtor fizesse a nova versão de Teresa (1989),
com Bárbara Mori também como protagonista. Então foi levantado o
arsenal de semelhanças entre as duas histórias – que tem origens e
autores diferentes. Seria uma estratégia como a de Thalía vivendo
inúmeras “Marias” ou Gabriela Spanic no rol de gêmeas. Mas Bárbara Mori
decidiu investir sua carreira no cinema. José Alberto Castro só se
animaria a produzir o remake de Teresa em 2010, trazendo
Angelique Boyer, Aaron Díaz e Sebastián Rulli como protagonistas.
Sebastián Rulli, aliás, viveria novamente o marido traído.
Rubí conseguiu ser original, mesmo sendo um remake. Trouxe
um bom respiro à formula da novela clássica, mesmo sendo clássica
também. Grande mérito de Ximena Suárez, da produção de José Alberto
Castro, e da figura inesquecível de Bárbara Mori como “a descarada”.
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